A mecânica do canto

No aspecto físico, não tem muito segredo. O canto tem uma técnica bem definida que depende do uso dos pulmões, que agem como uma fonte de ar; do diafragma, que age como um fole. E por fim, das pregas vocais, localizadas na laringe, que atuam como um instrumento de palheta ao vibrar com a passagem do ar e dos espaços internos da boca, tórax e cavidades da cabeça, que têm a função de um amplificador, como um tubo num instrumento de sopro; e da língua, que, juntamente com o palato, dentes e lábios, articulam e impõem consoantes e vogais ao som amplificado. Simples? Embora estes quatro mecanismos funcionem de forma independente, eles ganham vida e brilho quando coordenados no estabelecimento de uma técnica vocal para interagir uns sobre os outros. 

Registros vocais

Os registros vocais são categorias de emissões sonoras somadas às características fisiológicas e acústicas. As classificações são baseadas na fisiologia da laringe e dos grupos musculares que atuam nela. Além disso, há padrões acústicos característicos de cada registro. No canto, os principais registros atuantes e termos popularmente utilizados são os registros de peito e de cabeça. Conheça alguns termos e registros:

- Fry: Também chamado de registro basal ou voz crepitante, esse registro que apresenta as frequências mais graves da voz. Assim, tem pouco volume e fica perceptível, pois durante sua emissão é possível ouvir os pulsos da vibração das pregas vocais, lembrando um som de algo rangendo. Bastante usado no rock, ele conta também como ornamento vocal ou também em exercícios de técnica vocal. 

- Voz de peito: É o registro mais comum na qualidade sonora da voz falada, que se manifesta mais clara e confortavelmente quando se canta uma nota grave ou com volume aumentado, ou ambos. Neste registro, a emissão vocal precisa ser com maior fluxo de ar, caracterizando um som mais forte. Apesar de se manifestar facilmente na região grave, a voz pode ser treinada, no caso dos cantores, para que alcance notas mais agudas também no registro de peito. Por exemplo, é o que ocorre na técnica vocal conhecida como Belting.

- Voz mista: Entre os registros de peito e de cabeça, há uma “região de passagem”, onde as características sonoras se equilibram e os grupos musculares envolvidos atuam juntos. A partir do domínio da técnica, o cantor vai conseguir cantar nesta região de forma equilibrada. Assim, a “troca” entre os dois registros não será brusca, passando pelo registro também chamado de “mix”. Dessa forma, elas podem ser diferenciadas por ouvidos mais treinados, quando há predominância sonora e dos grupos musculares principais dos registros originais.

- Voz de cabeça: A voz de cabeça se manifesta na execução de sons mais agudos e leves, sem a necessidade de muito fluxo de ar. Apesar de este ser padrão, com treino e estudo da técnica vocal, é possível e desejável para cantores habilidosos a execução do canto na voz de cabeça pelas notas mais graves e suportando maior fluxo de ar, alcançando portanto, maior potência vocal e flexibilidade.

- Falsete: O falsete é uma outra categoria de registro por apresentar uma separação das pregas vocais durante a produção do som chamada fenda fisiológica. Entretanto ela não ocorre por problemas, mas por parte do mecanismo. Assim, o falsete é mais perceptível nos homens do que nas mulheres. Tal fenômeno só é observado via exame clínico, o que dificulta a diferenciação entre falsete e voz de cabeça.

Classificação da voz cantada

A classificação das vozes se dá por: extensão vocal, peso vocal, tessitura vocal, timbre vocal e notas de passagem. A partir disso, a maioria dos sistemas de música clássica reconhece seis diferentes categorias principais de voz. Tanto os homens quanto as mulheres são divididos, normalmente, em três categorias. 

Sendo assim, as mulheres podem ser:

- Sopranos

- Meio-sopranos

- Contraltos

Já os homens, por sua vez, podem ser:

-Tenores 

- Barítonos 

- Baixos

- Contratenor (quando um homem, seja tenor, barítono ou baixo utiliza, principalmente, sua voz de falsete para cantar

Mas vale ressaltar que dentro dessas categorias existem sub-categorias que identificam qualidades vocais específicas.

Benefícios do canto

O canto traz diversos benefícios. Em entrevistas feitas com estudantes de canto coral, foram detectados diversos benefícios que incluem: aumento da capacidade pulmonar, melhora de humor, redução de estresse, assim como benefícios sociais e mentais.

Portanto, a atividade produz endorfina, além de ter uma potente ação analgésica, esse hormônio também estimula a sensação de bem estar, autoconfiança, otimismo e conforto.

Além disso, o cantar diminui o stress, melhora a capacidade pulmonar, ativa o sistema cardiovascular e os músculos abdominais e faciais.

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